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sábado, 6 de abril de 2013

Chapada Diamantina








Bem no meio do estado da Bahia, a Chapada Diamantina é um destino que vale por muitos. Reúne cânions, quedas d’água, rios, corredeiras e cavernas, num cenário que varia entre Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga, de onde brotam bromélias e orquídeas, assim como cactos. Para usufruir de toda a exuberância dessa região, é indispensável contratar um guia, já que muitas das trilhas não têm sinalização.
Lençóis, a principal porta de entrada para a Chapada, está a 400 quilômetros de Salvador. Seus casarões dos anos 1920 e ruas estreitas são a base para explorar o principal destino de ecoturismo do Brasil, oParque Nacional da Chapada Diamantina. Fica na cidade também o melhor hotel da região, o Canto das Águas, à beira do Rio Lençóis, que dispõe de uma sala de massagem entre a copa de árvores  e mima seus hóspedes preparando lanches para levarem nos passeios. Há também outros destinos nos arredores do Parque Nacional que servem de base para o turista.
Para conhecer as impressionantes paisagens do Parque Nacional é preciso andar muito. Escalar, cavalgar, fazer rapel, canoagem ou mergulho também são alternativas para cumprir o checklist obrigatório, que inclui o Morro do Pai Inácio (lá de cima, a vista que se tem da Chapada Diamantina emociona); as grutas da Pratinha, de águas transparentes e peixes coloridos, e da Torrinha, com formações de estalactites; e a Cachoeira da Fumaça, no Vale de Capão, cujas águas que caem de uma altura de quase 400 metros nem chegam a tocar o chão, dispersando-se numa nuvem de fumaça que forma um cenário bem incomum. Para guardar tudo para sempre, conte com sua memória, claro, mas tenha sempre uma máquina fotográfica por perto.
COMO CHEGAR
De Salvador e da região Centro-Oeste até Lençóis, o melhor caminho é pela BR-242; do sul, desde Vitória da Conquista, pegue a BA-262 e a BA-142. A Trip (www.voetrip.com.br) faz o voo Salvador-Lençóis às segundas e quintas-feiras. De ônibus, a Real Expresso (www.realexpresso.com.br, 71/3450-9310) faz a viagem diariamente desde a capital baiana.
COMO CIRCULAR
Dentro de cada destino, dá para fazer tudo a pé. Para as trilhas, contrate guias credenciados nas agências ou nas associações de condutores de visitantes. Para ir de uma localidade a outra: a BA-142 (a partir da BR-242) liga Lençóis a Andaraí, Mucugê e Ibicoara (uma vicinal sai dela até Igatu). A BR-242 leva a Palmeiras e, de lá, uma estrada de terra chega ao Vale do Capão – quem está sem carro pode optar pelos traslados das agências. A circulação de ônibusé restrita: a Real Expresso (71/3450-9310) faz o trecho Lençóis-Palmeiras e a Emtram (3331-1525) organiza a viagem de Andaraí a Mucugê.
ONDE FICAR
Lençóis concentra as pousadas mais confortáveis, mas é no Vale do Capão que você encontra as hospedagens com melhores vistas. Nos demais lugares, a maioria dos hotéis é bem simples e com pouca estrutura. Para saber mais detalhes de hotéis, restaurantes e atrações na Chapada Diamantina selecionados pelo GUIA QUATRO RODAS BRASIL, entre nos verbetes de cada município ou vila na região: LençóisAndaraíIbicoaraIgatuMucugê e Vale do Capão.
ONDE COMER
Lençóis reúne os melhores restaurantes da Chapada Diamantina. O principal é o Azul, no hotel Canto das Águas, que se destaca pela cozinha com toques inventivos. Pratos típicos, criados pelos garimpeiros que habitavam a região, estão nas mesas de O Bode, em Lençóis, e do Dona Nena, em Mucugê.
Outras atrações são os sorvetes do Apollo, em Andaraí; os crepes (que valem por uma refeição) do Café Galeria Arte & Memória, em Igatu; e o inusitado pastel de palmito de jaca, da Dona Dalva, no Vale do Capão.
Pratos do garimpo -- Refeições calóricas faziam parte da dieta dos garimpeiros da Chapada nos séculos 18 e 19. Na lista há receitas com cortes e miúdos de bode, carne de sol e carne-seca, além de pirão de parida (galinha caipira com pirão do próprio caldo). Os acompanhamentos mais comuns são o purê de leite, o godó de banana (ensopado de banana-verde), o cortado de palma (um tipo de cacto) e o cortado de mamão verde ou de abóbora.
EXPLORANDO A CHAPADA DIAMANTINA
Serviço -- Em todos os destinos da Chapada é fundamental ter a companhia de um guia para os trekkings, pois as trilhas não têm sinalização. Você pode contratá-los nas agências, como a Nas Alturas (www.nasalturas.net, 75/3334-1054) e a Venturas e Aventuras (www.venturas.com.br, 75/3334-1030), ambas com sede em Lençóis, ou pedir indicação na pousada ou no hotel. Nas Associações de Condutores de Visitantes (ACVs), os preços dos guias são mais econômicos. Por outro lado, não incluem seguro e não há veículos para os traslados -- é preciso usar carro próprio (as diárias para até quatro pessoas vão de R$ 80 nas caminhadas curtas a R$ 200 nas trilhas com pernoite e refeições incluídas). Telefones das ACVs: Lençóis, 3334-1425; Andaraí, 8137-1679; Ibicoara, 77/3413-2048; Mucugê, 8231-1610; Vale do Capão, 3334-1087; em Andaraí, a pousada Sincorá também indica guias (3335-2210).
Por conta própria -- quem está de carro pode chegar sem guia nas grutas Torrinha, da Pratinha, Lapa Doce e no Morro do Pai Inácio; nos Poços Encantado e Azul; na Mina do Brejo Verruga; no Cemitério Bizantino, Projeto Sempre-Viva e Museu Vivo do Garimpo; e na Cachoeira do Ranchinho.
Equilíbrio é tudo -- Intercale passeios desgastantes com outros mais leves, já que algumas atrações exigem caminhadas longas em terrenos íngremes.
O que levar -- Botas ou tênis para trekking são indispensáveis; para algumas trilhas, os guias recomendam calças compridas. Na mochila: água, chapéu, repelente, protetor solar e blusa para proteger do vento. Entre novembro e janeiro, inclua capa de chuva.
Alimentação -- Em alguns passeios dá até para almoçar pelo caminho, como nas grutas da Pratinha e da Lapa Doce, em Lençóis. Em outros, pode-se passar o dia sem cozinha por perto. Em geral, as agências incluem refeições em seus pacotes; se for por conta própria ou com guia das ACVs, leve lanche.
SUGESTÃO DE ROTEIROS
3 dias -- Para uma visita relâmpago, Lençóis é a melhor base. Acordando bem cedo, no mesmo dia é possível conhecer as duas grutas mais famosas da cidade: Torrinha e Pratinha, com direito a flutuação em águas cristalinas. Na volta, curta o pôr do sol no Morro do Pai Inácio. No segundo dia, siga para o Vale do Capão e encare a subida até a Cachoeira da Fumaça. Deixe o terceiro dia para as cachoeiras próximas a Lençóis: 7 km de caminhada separam o Centro da Cachoeira do Sossego, mas se a ideia é só relaxar, o Serrano é a pedida.
5 dias -- É tempo suficiente para aproveitar mais o clima hippie do Vale do Capão e incluir outras cidades no roteiro. No caminho entre Lençóis e Mucugê, parada obrigatória no Poço Encantado. Aposte também em programas mais leves, como o Museu Vivo do Garimpo, o Projeto Sempre-Viva e o Cemitério Bizantino. Reserve ainda um dia para Ibicoara e conheça a impressionante Cachoeira do Buracão.
10 dias -- A oferta de travessias a pé é enorme. A que percorre o Vale do Paty é um dos trekkings mais cênicos do Brasil. Para os menos aventureiros, existem opções como a caminhada Lençóis-Vale do Capão (25 km). Ainda sobra tempo para conhecer Igatu, a "cidade de pedra", com um improvável galeria de arte e ruínas da época do garimpo.
QUANDO IR
De dezembro a fevereiro, as diárias sobem e as trilhas lotam -- em compensação, as cachoeiras estão com maior volume d'água. Em junho, tem festa de São João e, em eagosto ou setembro, o Festival de Lençóis. No período entre novembro e janeiro pode chover bastante, enquanto de abril a setembro as águas dão trégua e as temperaturas não são tão extenuantes.

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