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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Pantanal



Pescar, fazer safári fotográfico, focagem noturna de animais e observação de aves, programas mais do que esperados no Pantanal, exigem respeito e a sabedoria para entender o ciclo das águas que controla a vida na maior planície alagável do mundo. Nas cheias, de novembro a março, os mais aventureiros podem fazer as incursões em emocionantes cavalgadas dentro d’água. Entre abril e junho, as águas começam a baixar e vão se formando lagoas com peixes represados que atraem as aves – são mais de 650 espécies catalogadas na região. Na seca, de junho a outubro, tudo muda de novo. É o melhor período para espreitar os animais, já que capivaras, veados, lobinhos, tatus, antas, tamanduás, cervos e macacos, sem contar o onipresente jacaré, passam a circular à procura de alimentos. Nessa ocasião, os rios da região são cortados por barcos com grupos de pescadores atrás de pintados, pacus, dourados e piraputangas, algumas das 250 espécies de peixe que vivem naquelas águas – a pesca no Pantanal é proibida durante a piracema, de novembro a fevereiro.
No Pantanal Norte, em Mato Grosso, as cidades de Poconé, Cáceres e Barão de Melgaço fazem as honras e recebem os visitantes com hospedagens simples – há exceções, como o Sesc Porto Cercado e suas instalações dignas de um resort, em uma reserva particular.
Quem escolhe enveredar pelo Pantanal Sul – sim, é melhor concentrar-se em só umas das porções pantaneiras – vai encontrar em Corumbá uma cidade estruturadas. Na divisa com a Bolívia, seu centro tem casario do século 19 bem preservado e hotéis de ecoturismo ao longo da Estrada-Parque, com 120 quilômetros de pista estreita, pontes e travessia de balsa pelo Rio Paraguai – uma aventura a ser encarada de preferência na companhia de um guia e a bordo de veículos potentes.
COMO CHEGAR
De Cuiabá, a BR-070 leva a Poconé (108 km) e Cáceres (221 km); e a MT-040 segue até Barão de Melgaço (103 km). Ônibus de várias empresas partem da rodoviária local (65/3621-3629) para estes destinos, como as viações Verde (65/3316-7500, cerca de R$ 50, com seis saídas diárias), Eucatur (0800-45-5050, cerca de R$ 42, três saídas diárias até Cáceres) e Tut (65/3345-1677, seis partidas diárias por cerca de R$ 20 até Poconé.
De Campo Grande sai a BR-262 até Aquidauana (146 km), Miranda (218 km) e Corumbá (441 km). A Viação Andorinha  passa pela três cidades (R$ 30 até Aquidauana, cinco saídas diárias; R$ 82 até Corumbá, nove saídas diárias; R$ 42 até Miranda, nove partidas ao dia), partindo do Terminal Rodoviário da capital (67/3026-6789).
Cáceres e Corumbá possuem aeroportos próprios, sendo que o segundo tem voos frequentes de Trip  e Tam  saindo de Campo Grande.
COMO CIRCULAR
Os hotéis de ecoturismo ficam distantes dos centros das cidades-base do Pantanal, com acesso por longas vias de terra, barco ou avião – pago à parte da diária. Quem viaja de carro deve lembrar que no período de cheia (outubro a março), só 4x4 vencem os constantes atoleiros em algumas estradas. Cáceres e Corumbá têm aeroportos próprios.
ONDE FICAR
Há três tipos de hospedagem na região: as voltadas para ecoturistas, aquelas para pescadores e os hotéis do centro - estes atendem turistas com orçamento mais apertado e quem faz apenas day-use nos hotéis-fazenda. Nos endereços para ecoturismo, as diárias incluem as refeições e alguns passeios. As acomodações patra pesca, mais simples, reservam parte dos quartos para grupos e as tarifas podem incluir barco, motor e piloteiro. outra modalidade são os chamados barcos-hotel, com diferentes níveis de conforto e quase todas as despesas incluídas no preço.
Para checar a seleção de hospedagens no Pantanal do GUIA QUATRO RODAS, visite as páginas das principais cidades da região:
- Pantanal Norte: Barão de MelgaçoCáceres Poconé;
- Pantanal Sul: AquidauanaCorumbáMiranda Porto Murtinho.
ONDE COMER
Grande parte tem ambiente simples, serviço familiar e pratos caseiros. Embora os pescados sejam abundantes em toda a região, Corumbá, Aquidauana e Cáceres concentram o maior número de endereços especializados - receitas com pintado e pacu são as mais comuns nos cardápios. Quem não gosta de peixe encontra boa oferta de pratos com carne bovina - mais magra e resistentes que nos grandes centros do país.
Comida Típica -- A fauna aquática pantaneira é das mais vastas: o número de espécies catalogadas de peixe supera 250. Apesar disso, não chegam a dez os que são consumidos à mesa. A estrela da culinária típica é o pintado, opção certa em quase todos os cardápios da região. De carne saborosa e consistente, cai bem em vários modos de preparo: grelhado em filés, no espeto e na mojica, ensopado com cubos do peixe e mandioca cozida. Outra receita tradicional é o pintado à urucum (à dorê com creme de leite, leite de coco, molho de tomate e mussarela), criado nos anos 70 por João Claudelino Fonseca da Silva. O prato era servido para os turistas que visitavam o Morro do Urucum, na zona rural de Corumbá. Com carne gordurosa e repleta de espinhas, o pacu é igualmente saboroso; a receita campeã deste pescado é a costela frita, chamada de ventrecha. O dourado, de população reduzida, aparece pouco na culinária local e já tem pesca proibida em Cáceres (MT). Outros peixes, com carnes consideradas menos nobres, são ainda mais difíceis de serem encontrados, casos da piraputanga e do curimbatá. Na fase da piracema (de novembro a fevereiro), a pesca é proibida e os restaurantes vendem apenas pescados congelados ou criados em cativeiro. O menu pantaneiro também contempla quem aprecia sabores menos comuns, como o do caldo de piranha, tido como afrodisíaco, e das receitas à base de carne de jacaré.
QUANDO IR
As chuvas (de outubro a março) favorecem os passeios de barco (as principais vias são percorridas apenas por veículos 4x4 ou lanchas). Neste período ocorre a piracema e a pesca é suspensa. Na seca (de abril a setembro), as estradas ressurgem (veículos de passeio transitam sem problemas) e animais aparecem mais frequentemente na beira dos rios. No inverno (de maio a agosto), não deixe de levar roupas de frio, quando as mínimas chegam próximas de dez graus. Durante todo o ano as máximas ultrapassam a marca dos 25 graus, alcançando mais de 30 com bastante frequência.
SUGESTÃO DE ROTEIROS
3 dias -- com pouco tempo, há duas boas soluções. Você pode fechar pacotes com hotéis para ecoturismo e fazer, ao menos, o safári fotográfico, a focagem noturna e um passeio de barco. Ou então instalar-se em hospedagens econômicas no centro das cidades da região e realizar as atividades em sistema de day use oferecida por hotéis. Dedique um dia inteiro apenas para percorrer a Estrada-Parque, no Pantanal Sul, ou a Transpantaneira, no Norte.
5 dias -- Quem pesca costuma passar esse tempo sobre as águas dos principais rios da região, como o Paraguai e o Cuiabá, hospedado em barcos-hotel. Em terra, o período é perfeito para fazer trilhas epasseios a cavalo que invadem a mata nativa e permitem ver os animais selvagens -- os mais longos podem durar dias. Na parte sul da região, dá tempo de viajar no Trem do Pantanal.
8 dias -- Ideal para conhecer as áreas sul e norte e realizar todos os passeios clássicos -- além de percorrer as principais vias. Para explorar ainda mais os rincões pantaneiros, você deve começar a viagem pelo sul e chegar, de barco, a partir de Corumbá, ao Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense, um dos pontos mais preservados de toda a região. De lá, pode seguir até Porto Jofre, ao norte.
Para mais dicas de passeios, cheque nosso Roteiro Rodoviário Bonito e Pantanal.

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